sexta-feira, 9 de maio de 2008

MODERNISMO


Giulio Carlo Argan reúne sob a denominação de Modernismo manifestações da última década do Séc. XIX e início do Séc. XX, ocorridas, sobretudo na Europa, que se propõem a interpretar, apoiar, acompanhar o esforço progressista, econômico-tecnológico da civilização industrial. Atribui como características comuns aos modernistas:
•Criação artística conforme à época, renúncia a evocação de modelos clássicos ou historicistas, tanto na temática quanto no estilo;
•Redução da distância entre artes maiores e artes aplicadas;
•Busca de funcionalidade decorativa;
•Aspiração a uma linguagem internacional ou européia;
•No contexto do modernismo formam-se as vanguardas artísticas preocupadas não somente em modernizar ou atualizar mas em revolucionar radicalmente as modalidades e finalidades da arte.

Segundo Vitório Gregotti as pesquisas do Art Nouveau (modernismo, arte nova) centravam-se tanto no objeto quanto no construído;
•Redução da arquitetura à objeto como aposta de solução dos problemas colocados pela tecnologia da indústria;
•Os instrumentos de projetação convertem-se em invenção da estruturação da figura _ a linha, a superfície, o volume, dispõem de uma peculiar gramática interna cuja referência extrna está voltada à representação simbólica do sentimento da sensação e da efusão.
•É uma arte de elite cultural para grupos.

Art Nouveau não expressa a vontade de requalificar o trabalho dos operários (como pretendia William Morris Morris), mas sim a intenção de utilizar o trabalho dos artistas no quadro da economia capitalista.
Acreditava-se – Willliam Morris - que com a libertação do homem do trabalho com ajuda das máquinas, seria possível usufruir mais dos ornamentos e de seus encantos plásticos. No entanto, esse ideal de uma sociedade mais livre para o prazer estético não se concretizou. Sua difusão aconteceu por meio de revistas de arte, moda, publicidade, exposições e espetáculos. O ambiente visual do Art Nouveau criou uma imagem idealizada e otimista em relação à sociedade. A rápida dissolução da arte nova quando na fase da agudização dos conflitos sociais, que levam à Primeira Guerra Mundial, desmente o equívoco utopismo social que lhe servia de base.

•A morfologia desse estilo foi representada por arabescos lineares e cromáticos, por curvas e espirais, pela utilização de cores frias e transparentes, pela assimetria e ritmos musicais, longe das proporções equilibradas. Buscava-se a idéia de agilidade, leveza, juventude e otimismo.
Uma invariante estética da arte nova é a EMPATIA- EINFÜLUNG, pertence à linha da expressão – definição Renato de Fusco
Empatia – leva-nos sentir exteriorizando-nos nas coisas, ação comunicatica dos indivíduos.
Relação ativa entre sujeito e objetos.
Busca de motivos de inspiração na vida interior, que encontram correspondência nas formas de natureza – mas nas leis – passagem naturalismo ao organicismo. A teoria artística que permite esta passagem foi a empatia / einfülung – Traduções: intuição, simpatia simbólica, comunicação fisiopsicológica.

Segundo Argan, o Art Nouveau, a arte nova, foi o gosto ou o "estilo" que expressou o espírito típico do modernismo, um fenômeno essencialmente urbano. Interessava às várias áreas representantes dos costumes: o urbanismo, os equipamentos urbanos e domésticos, a arte figurativa e decorativa, o vestuário, os ornamentos, os espetáculos, etc. Representava o gosto da burguesia moderna partidária do progresso industrial tido como um privilégio intelectual com “responsabilidades sociais”. A arte nova caracterizou-se pela temática naturalista, utilizando procedimentos de tratamento da superfície e tridimensionalidade perspéctica, inspirados na arte japonesa.
Poéticas da empatia

•Art-nouveau, expressionismo, futurismo, Frank Lloyd Wright, etc.
•Art nouveau
•Henri Van de Velde – toda linha é uma força, exprime a energia de quem a traça.
•Walter Crane (1900) – a linha sinuosa não apenas sugere movimento, descrevendo a direção e força deste movimento.
•Principal aspecto da art nouveau – configuração linear, ritmo côncavo e convexo, espessura variante (energia), grafismos tangenciais e sobrepostos.
•Gustav Klimt (1862-1918) – síntese entre organicismo e abstração, alegria.
•Edvard Munch (1863-1944) – trabalhava com linhas de força, simbolismo.
Bibliografia
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo. Companhia das Letras, 1992.
FRAMPTON, Kenneth. História Crítica da Arquitetura Moderna. São Paulo: Martins Fontes.
FUSCO, Renato de. Arte Contemporânea. Lisboa: Editorial Presença.
GREGOTTI, Vitório. O Território da Arquitetura. São Paulo: Ed. Perspectiva.

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