sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Roteiro de trabalho individual THAU2 2010-2

(entrega dia 10 de dezembro impressa)

Questão 1. Descrever sobre a Carta de Atenas (4 pontos):
1. Que tipo de documento é a Carta de Atenas;
2. Contextualize historicamente este documento;
3. Qual o núcleo (qual a problemática central) da tese da Carta de Atenas;
4. Descreva a subdivisão lógica (a estrutura do texto) e quais as problemáticas principais e secundárias. Esta apresentação da estrutura do texto deve ser acompanhada de explicações que dêem conta sobre as problemáticas principais do texto.

Questão 2. O aluno deve responder apenas uma das questões seguintes (decidida por sorteio). A resposta deve dar conta dos conceitos chave do enunciado e do que foi perguntado objetivamente. (2 pontos)
1. Que concepção de zoneamento é proposta na carta de Atenas? Defina zoneamento
2. Que modelo de planejamento urbano é preconizado na Carta de Atenas?
3. Como é tratado o uso do solo na Carta de Atenas? Defina uso do solo
4. Que premissas relativas ao estado “atual” e crítico das cidades (anos 1930) são descritas no texto da Carta de Atenas?
5. A partir das críticas a cidade preexistente (aos anos 1930) quais as principais propostas e aspectos que deveriam ser respeitados para a melhoria da sua estrutura urbana segundo a Carta de Atenas?.
6. Que aspectos principais a carta preconiza para melhoria da qualidade de vida dos habitantes de uma “cidade moderna” funcional?
7. Que considerações são feitas sobre a relação de pelos menos dois dos setores da cidade moderna funcional? Setores: habitação e trabalho
8. Que considerações são feitas sobre a relação de pelos menos dois dos setores da cidade moderna funcional? Setores: habitação e circulação
9. Que considerações são feitas sobre a relação de pelos menos dois dos setores da cidade moderna funcional? Setores: habitação e lazer
10. Que considerações são feitas sobre a relação de pelos menos dois dos setores da cidade moderna funcional? Setores: trabalho e circulação
11. Que considerações são feitas sobre a relação entre o setor trabalho (indústria) e recursos naturais na cidade moderna funcional?
12. Quais as considerações sobre as áreas verdes descritas na Carta de Atenas?
13. Aponte e discuta as proposições que constam na Carta de Atenas sobre a estandardização industrial das construções e seus componentes?
14. O que é proposto em relação a cidade e sua região?
15. O que A Carta de Atenas propõe sobre o patrimônio histórico?
16. Que aspectos principais a Carta coloca como metodologia de planejamento de cidades e regiões?
17. Que aspectos principais a Carta coloca como teoria de planejamento de cidades e regiões?
18. Qual a finalidade do planejamento proposto na Carta de Atenas?
19. Que proposições e sentenças principais estão contidas no documento sobre a relação entre interesse privado e interesse coletivo?


Questão 3. Apresente um projeto urbanístico que pode ser enquadrado como uma produção que respeita os paradigmas do CIAM ou da Carta de Atenas? Descreva principais aspectos, designando autoria, contexto histórico-geográfico. (2 pontos)


Questão 4. O texto de Phillipe Panerai “Retorno a Cidade” publicado na revista projeto de 1994, defende a amplitude dos modos e do repertório para se fazer o espaço público, faz críticas e propõe alternativas à Carta de Atenas. As principais críticas se referem aos princípios de abordagem do espaço público, à escala de abordagem da cidade e à modalidade de planejamento dos espaços da cidade propostos na Carta de Atenas (1933). Discuta um dos aspectos que considera mais importantes do artigo de Panerai. (2 pontos)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Urbanistas alemães 1876-1900

Inicialmente as intervenções urbanas na Alemanha se caracterizam pelas reformas urbanas (ex. Ring de Viena, etc). Mas em seguida algumas práticas podem ser reconhecidas como planning. Estas advém da necessidade de resolver problemas decorrentes do crescimento urbano vertiginoso;
1875- Berlim tem 1,9 milhões de hab. no centro mas somando a população dos distritos tem 2,7 hab.
Em 1900 Berlim é a maior cidade da Europa.

Primeira fase do urbanismo alemão: Planos de reforma urbana; Planos de extensão/ expansão urbana

Modelo inicial – 1862 - Hobrech, intervenção em Berlim;
1874 – Verband produz um modelo de abordagem para expansão da cidade muito influente,
R. Baumeister 1876 – “Extensão das cidades: seus links com interesses técnicos e econômicos e regulamentação das construções;
O livro define duas metas principais: produzir habitação (housing) e facilitar a circulação;
Não há discurso sobre soluções ideais como há em Ildfonso Cerdá. Mas Baumeinster pretende fonecer base científica e funcional que guie o desenvolvimento urbano, sobretudo nos assuntos: sistema viário, housing e organização dos distritos industriais.

Proposta de zoneamento de R. Baumeinster
Utilizada no Plano de Frankfurt 1891
Introduz espacialidades com distintas regras de construção controlando densidades diferentes; direcionando e controlando localização de funções urbanas;
O zoneamento muda o processo de planejamento da extensão/ expansão urbana, muda o modo de abordagem do crescimento urbano (controle).

Joseph Stübben
Propõe a necessidade de reconsiderar a estrutura e o funcionamento do conjunto urbano – centro e extensão
Stübben, assim como Camillo Sitte, superam Baumeinster como paradigma de intervenção no espaço urbano, para além da extensão urbana e o stadtebau (construção da cidade) aproximando-se do planejamento urbano, de acordo com Stephen (ver referência).

Camillo Sitte (1843-1903) com o livro “A Construção das Cidades segundo seus Princípios Artísticos”, de 1889, avalia o planejamento urbano do seu tempo, questionando os critérios técnicos e higienistas que os norteavam.
Destacava o caráter urbano e artístico de cidades antigas que conhecia (principalmente praças, que se formavam paulatinamente in natura e com o tempo.
A escolha do termo construção das cidades para o seu livro ao invés de planejamento ou projeto, mostra a perspectiva empírica de sua abordagem, enfatizando a síntese das artes produzida na prática artesanal, no lugar do projeto ou desenho prévio.
Camillo Sitte repudiava a concepção prévia/ total do plano urbano, aceitava o planejamento da expansão urbana.
O planning propriamente dito, segundo Stephen, se estabelece a partir de:
HOWARD, Ebenezer 1902, Garden Cities of Tomorrow, Swan Sonnenscheim & Co., London. UNWIN, Raimond 1909, Town Planning in practice: An introduccion of the Art of Designing Cities and Suburbs, T. Fisher Unwin, London; 2ª ed. con nueva introducción del Autor, 1911; 7ª ed. London.
UNWIN, Raimond 1909, Town Planning in practice: An introduccion of the Art of Designing Cities and Suburbs, T. Fisher Unwin, London; 2ª ed. con nueva introducción del Autor, 1911; 7ª ed. London.
GEDDES, Patrick 1915, Cities in Evolution: an introduction to the town planning movement and the study of civics, Williams & Norgate, London.



REFERÊNCIA PRINCIPAL
WARD, Sephen V..Planning the Twentieth Century City: The Advanced Capitalist World. Ed. John Wiley & Sons.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

NOVA YORK DESCOBRE O ZONEAMENTO

Peter Hall - Cidades do amanha (sumula)
Extrato da súmula do arq. Pitanga do Amparo

Os norte-americanos já haviam feito coisa melhor. Seus clássicos subúrbios do século XIX e início do XX, todos eles planejados em torno de estações ferroviárias de interligação com o centro - Llewellyn Park, em Nova Jersey, Lake Forest em Riverside, arrabalde de Chicago, Forest Hills Gardens em Nova York - tinham todos um padrão de projeto conspicuamente alto; Riverside, (...), foi quase com certeza um dos modelos utilizados por Ebenezer Howard em sua cidade-jardim.
(...) Nova York inaugurou seu primeiro trecho de metrô em 1904 (...) Entretanto, como efeito indireto do trabalho de Veiller, surgiu a Comissão para a Superpopulação, criada graças aos esforços dos líderes de centros assistenciais em 1907, e que, em seu relatório de 1911,declarou-se a favor da descentralização através do sistema de transporte.(...) transporte melhor era faca de dois gumes: também poderia significar uma saturação populacional até pior do núcleo urbano, visto que traria mais trabalhadores para dentro dele e contribuiria para uma crescente valorização do solo. Eis o paradoxo que só uma medida complementar que impusesse restrições à altura e à concentração dos edifícios poderia resolver.
O secretário executivo da Comissão era Benjamin C. Marsh, um advogado e reformista social, seu colega visitante, um advogado nova-iorquino chamado Edward M. Bassett. Marsh, em especial, escolheu Frankfurt e seu Bürgermeister Franz Adickes, como o modelo a ser seguido pelas cidades norte-americanas.(...)
Portanto ,o zoneamento chegou a Nova York vindo da Alemanha,(...) foi o modelo alemão de zoneamento conjugado de uso do solo e altura de edifícios que, importado pela cidade de Nova York quando da aprovação da lei de zoneamento de 1916, constitui o mais significativo avanço já registrado na história ainda incipiente do planejamento urbano norte-americano.
As informações e datas a seguir podem ser referência para essa afirmativa de Peter Hall:
O Planejamento Urbano na Alemanha criou novas técnicas de controle do crescimento urbano, fundava-se em padrões organicamente assentados no desenvolvimento da iniciativa privada. Os urbanistas alemães R. Baumeinster (1833-1917) e J. Stubben (1845-1936) difundiram suas idéias em manuais técnicos e ajudaram a fornecer indicações objetivas à uma expansão organizada através de normas de desenho (afastamentos, índices de ocupação, gabaritos) ao invés de soluções formais prefiguradas ou modelos, diferentemente de Ildefonso Cerdá em Barcelona. Enquanto, os manuais técnicos colocavam regras adaptáveis à diferentes condições urbanas; Camillo Sitte trabalhava com a idéia da individualidade dos espaços urbanos.

Baumeinster compreendeu o planejamento urbano como campo de experimentação científica. Produziu manuais básicos sobre os aspectos legais e técnicos da disciplina. Propunha o planejamento urbano em função do tráfego e foi pioneiro na estruturação legal do zoneamento. Tal como Camillo Sitte, Baumeister criticava o uso indiscriminado dos sistemas cartesianos. Recomendando o efeito estético das ruas curvas e a importância do fechamento por “paredes” das praças públicas.
Camillo Sitte em seu livro utiliza um método analítico de comparação entre cidades antigas e modernas, destaca dois aspectos importantes a “idéia artística de base” (modelos e indicações figurativas para projeto: a rua, a praça, o tecido contínuo construído) e uma sucessão de diversos tipos de paisagens urbanas, que balizam a história estética das cidades. Sitte busca estruturas constantes , quer dizer, regras de dimensionamento de praças, relação entre edifícios e praças, fechamentos laterais, disposição de monumentos, árvores, arcadas, etc.

Continuação do texto de Peter Hall sobre Nova York...

(...) No mesmo ano da aprovação da lei em Nova York, John Nolen, concordando com um escritor inglês, afirmaria que o planejamento norte-americano só tinha como meta o progresso urbano quando este não colidia com interesses paramentados. E como foi de Nova York que o zoneamento, como movimento, se espalhou pela nação inteira, essa foi a imagem que dele ficou.
(...) em 1921, Herbert Hoover, no cargo de ministro do Comércio, criou um Comitê Consultivo para Zoneamento que incluía Bassett e Veiller; daí resultou uma Lei de Incentivo ao Zoneamento Estatal Padronizado, de 1923, amplamente adotada e à qual se seguiu, em 1927, uma Lei de Incentivo ao Planejamento Urbano Padronizado, adotada por vários Estados a fim de darem autoridade legal aos planos diretores municipais. E uma série de questões legais sobre limites, que culminaram no histórico caso de 1920, Povoado de Euclid, Ohio, et al.
vs. Ambler Realty Company, estabeleceu a validade do zoneamento como legítima expressão do geral poder de polícia. (...) Em Euclid vs. Ambler, o grande planejador-advogado Alfred Bettman declarava que o "bem-estar público" servido pelo zoneamento consistia na valorização das propriedades da comunidade. (...) Ou nas palavras de um comentador tardio [F. J. Popper (1981)]: "O objetivo básico do zoneamento era mantê-los em seus lugares - fora."

HALL, Peter. Cidades do Amnhã. São Paulo: Peespectiva
SITTE, Camillo. A construção das cidades segundo seus princípios artísticos, 1889.
COLLINS, George R. e COLLINS, Christiane C.. Camillo Sitte Y el Nascimiento del Urbanismo Moderno. Barcelona : Ed. GG, 1984
CHOAY, Francoise, O Urbanismo, Utopias e Realidades, uma antologia, ed. francesa 1965, 3. ed. brasileira 1992
TAFURI, Manfredo e DAL CO, Francesco. Modern Architecture/1, ed. italiana 1976, ed. americana 1986

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Solar em Recife



Academia Pernambucana de Letras. Recife.
O edifício, um nobre e harmonioso solar que pertencia ao Barão Rodrigues Mendes, um comerciante português, foi projetado pelo francês Louis Vauthier, e teve sua construção concluída em 1870, em estilo neoclássico, todo revestido com azulejos portugueses.
Foto Pedro Valadares
http://www.flickr.com/photos/83293410@N00/278618791/

Solar_definição

Solar_ tipo de residência ampla do passado construída com acabamento requintado, circundada por um terreno vasto, ocupado por jardim e quintal, situado na periferia ou arredores da cidade. Geralmente era a residência de campo de famílias abastadas. Possuía vantagens de uma residência rural convivência com o campo e abastecimento de alimentos e os benefícios de alguns serviços urbanos – como transporte para o centro, abastecimento de água encanada. No Rio de Janeiro, no século XIX, bairros como Tijuca e Botafogo possuíam este tipo de residência, assim como alguns bairros do Recife.
In: ALBERNAZ, Maria Paula e Lima, MODESTO, Cecília. Dicionário Ilustrado de Arquitetura. São Paulo: Proeditores, 2000.

Abaixo projeto de Pierre-Joseph Pézerat (1801-1872, Solar da Marquesa de Santos, atual Museu do I Reinado; projeto de Pézerat, c.1826.
Crédito: Patrimônio Construído: as 100 mais belas edificações do Brasil. São Paulo: Editora Capivara, 2002.

Fachada de fundos do Solar da Marquesa de Santos.
Crédito: Luiza Reis in www.imprensa.rj.gov.br.
Clarabóia que encima a escadaria do Solar da Marquesa de Santos.
Crédito: Patrimônio Construído: as 100 mais belas edificações do Brasil.
São Paulo: Editora Capivara, 2002.





quinta-feira, 29 de julho de 2010

De Stijl (1917 e 1931) 4 Mondrian

Mondrian. processo de abstração

Figuras de Renato de Fusco. Arte Contemporânea. Martins Fontes

- a linguagem neoplástica tem uma atitude analítica em relação à arte e dedica-se à reexaminá-la, a partir de Seurat e Cézane, na linha auto-reflexiva. Acredita numa lógica “evolutiva” das formas naturalísticas à abstração. Donde o termo abstrato significa: “invenção de um sistema de arte constituído por unidades de base constantes e por regras gramaticais e sintáticas precisas, que tornam possível o seu funcionamento em contextos diferentes”. A abstração do the Stijl tem esse significado essencial: “reduzir a variedade infinita do universo fenomênico a elementos limitados e constantes” e a regras combinatórias.
Concretismo, reavaliação da denominação da abstraçãopor volta de 1930, uma nova concepção da arte da formatividade. O produto da arte (abstrata) constitui um objeto concreto.
Abstração significado dicionário:
O termo abstrato vem de abstrair, que significa tirar, remover, trazer de dentro. Fazer uma abstração significa, assim, considerar um aspecto de alguma realidade desprezando outros, trazer à luz certas características de alguma coisa fazendo abstração das demais. Abstração - Operação pela qual o espírito separa mentalmente coisas de fato inseparáveis.
Abstrato - O que resulta de uma abstração. O contrário de concreto.

De Stijl (1917 e 1931) 3 Rietveld

Gerrit Thomas Rietveld. Residência Schröder (1924), em Utrecht, tem formas geométricas, porém assimétricas. Inscrita no Património Mundial, pela UNESCO.
Imagens capturas da internet


De Stijl (1917 e 1931) 2


Theo Van Doesburg, axonometrias

terça-feira, 27 de julho de 2010

De Stijl (1917 e 1931)

De Stijl: Influências
Arquiteto holandês Petrus Berlage que relacionava as idéias de Gottifried Semper ao determinismo tecno-funcional e Viollet Le Duc.
Insistia em verdades elementares
• a primazia do espaço
• a importância das paredes enquanto criadoras de formas
• a necessidade de proporção sistemática (seguidores de Berlarge Guerrit Rietveld e Mies Van der Rohe)

Para o The Stijl o espaço é o interior do invólucro, não o espaço continuo. As paredes são portantes de carga e solidamente construídas com alvenaria, sem ornamento.
Também como Adolf Loos (“O ornamento é crime”) os arquitetos do The Stijl consideravam que na arquitetura decoração e ornamento não são essenciais. Para eles, o relacionamento entre massas são os verdadeiros processos essenciais, identificando-se com a “Verdade dos Materiais”.

A Questão do Estilo _ De Stijl
“Unidade na Pluralidade”
Para Berlage, a proporção era uma prevenção contra modas passageiras.
“A geometria é da maior utilidade e também da minha maior necessidade”
O objetivo dos sistemas proporcionais e de toda criação artística era criar o estilo fundamental, a qualidade estética. Estilo ajustava-se à noção de repouso.
Estilo é também ordem – em que as leis fixadas são efetivas - chega-se a questão de ordens e tipos - que vem de antigas tradições que reaparecem (arquétipos) e têm sua própria história. Nada, portanto, é puramente abstrato, tudo é governado pela circunstância e pelo relacionamento (Gottifried Semper).
“Simplicidade e repouso são as qualidades que medem o verdadeiro valor de qualquer obra de arte” (Frank Lloyd Wright).

Influência de Wright
A transformação da técnica industrial através da arte. A Morfologia assimétrica para vida doméstica, a ênfase na horizontalidade. O tratamento geométrico de planos e elementos construtivos. O espaço contínuo (planta livre).

Influência do Cubismo
Equilíbrio entre representação e abstração figurativa. A decomposição do objeto - deixando pistas para sua reconstrução; decomposição - seguindo princípios arbitrários.

Influência do Matemático M. H. Schoenmaekers
“A Nova Imagem do Mundo” (1915)
“Princípios de Matemática Plástica”( 1916).
Os princípios plásticos e filosóficos do movimento basearam-se no livro “A Nova Imagem do Mundo” (1915) de M. H. Schoenmaekers que se refere à preeminência cósmica da ortogonal.
Os dois eixos fundamentais completos que dão forma à Terra são a linha horizontal de energia, o curso da Terra em torno do Sol e o movimento vertical. (profundamente espacial).

De Stijl: Sobre as Cores Primárias
Amarelo, azul, vermelho são as únicas cores existentes para o The Stijl. Amarelo é o movimento do raio de sol; Azul é a cor contrastante do amarelo, como cor azul é o firmamento, a linha, a horizontalidade. O vermelho é conjugação entre amarelo e azul. Amarelo irradia, azul tema, o vermelho flutua.

Assim The Stilj nasceu da fusão de pensamentos afins. Matemática neoplatônica, do matemático Dr. Schoenmaekers e dos conceitos arquiteturais _ espaciais, construtivos e plásticos_ de Wright e Berlage.

De Stijl: Membros do Movimento
Piet Mondrian, Theo Van Doesburg (principal ativista e propagador, típico expoente da Vanguarda), J P Oud, Gerrit Rietveld (+ tarde), Piet Mondrian (artista pensador).
Objetos neoplásticos
Cadeira Rietveld 1917 – primeiro objeto em três dimensões reais com o uso de cores canônicas primárias.
Fase Holandesa do de Stil
1917-1920 - A Linha Reta - Confrontação entre natureza e abstração/ indivíduo/universal.


Programa do The Stil
1. A despersonalização da arte
Caráter individual do edifício para dirigir a uma arte de grupo. Com inter-relacionamentos rítmicos entre ate mesmo as menores partes estruturais, e sem adição de decoração. The Stijl era anti-determinista, anti-materialista.
2. Desequilíbrio presente na arte pelo contraste entre o individual e o universal que é definido como trágico.(a angústia)
3. Morte da arte
A arte porque abstrata pode preceder o desaparecimento gradual do trágico. Quanto menor mais pureza adquire arte.
4. Unificação entre arte, arquitetura (pintura e escultura) criar uma nova realidade plástica.
5. Linguagem é enfaticamente cartesiana, racionalista e formalista.

Manifesto/ Fase internacional do De Stijl
Implantação ao lado da Bauhaus The Van Doesburg/ Gerrit Rietvelt/ Cor Van Esteren/ El Lissistsky/ Grupo G – Mies Van Der Rohe, caracteriza-se pelo elementarismo. Subordinação da arte as exigências de sua reprodução técnica – Mies Van Der Rohe.

Referências principais:
STANGOS, Nikos.(Org.). Conceitos de arte moderna. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1999.
FRAMPTON, , Kenneth. História Crítica da Arquitetura Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
DE FUSCO, Renato. História da Arte Contemporânea. Lisboa: Presença, 1988.

sábado, 3 de julho de 2010

Definições de plano urbanístico

Planos urbanísticos- Conjunto de documentos resultantes do processo de planejamento, expresso em metas e objetivos para curto e médio prazos, preferencialmente, elaborada de forma participativa com população a que servirá e com a devida aprovação das autoridades competentes (FERRARI, 2004)
O plano geralmente tem caráter provisório, por isso, é submetido a constantes revisões e atualizações (PORTAS, 1993). O plano deve (a priori) ser sempre de natureza integrada (ver planejamento integrado). Conforme área de jurisdição o plano pode ser municipal, regional, macroregional, estadual, ainda nacional. De acordo com sua abrangência de seus objetivos ou sua temática pode ser básico, que é sempre geral, ou pode ser setorial. O plano de mobilidade urbana ou um plano de renovação ou de desenvolvimento de uma área deteriorada é um plano setorial (FERRARI, 2004).
O planejamento físico-territorial é uma modalidade de planejamento setorial, que visa ao ordenamento espacial da área sob planejamento ou mais especificamente a regulamentação dos usos e da ocupação do solo e ao traçado das vias. De acordo com Celson Ferrari o planejamento no Brasil ainda é “predominantemente fisico-territorial.” (FERRARI, 2004). Mas não se pode concordar com isso sem verificar cuidadosamente essa sentença.
Um Plano diretor é um instrumento de planejamento urbano que coloca diretrizes de ordenamento físico-territorial, clivagem de usos do solo e entre espaços públicos e privados, bem como preconiza o equilíbrio ambiental e social dos espaços a que se aplicam e o bem-estar de seus usuários (DUARTE, 2007). Em termos de escala e abrangência geralmente abrange o município.
O planejamento integrado método de aplicação contínua e permanente destinado a resolver de maneira racional a problemática que afeta determinada sociedade, considerando espaço e tempo. Esta modalidade de plano atua basicamente por uma previsão ordenada das mudanças desejadas pela sociedade, em que se consideram aspectos físico-territoriais, sociais, econômicos, administrativos da realidade. Esta vincula as mudanças pretendidas a objetivos e a diretrizes de planos dos demais escalões governamentais. O planejamento integrado considera a realidade em sua complexidade e de forma sistêmica; estrutura-se verticalmente (entre setores governamentais) e horizontalmente (na abordagem dos problemas) de modo a obter unidade, coerência, aplicabilidade em termos da sincronização entre espaço e sociedade. (FERRARI, 2004).
Em suma, o planejamento integrado requer a integração vertical e horizontal de organizações, políticas, planos e programas e ainda, cooperação e conhecimento da interdependência de todos os intervenientes no sistema (SILVA, 2001).



Estudiosos sobre gestão urbana Acioly e Davidson a definem como um conjunto de instrumentos, atividades, tarefas e funções que visam assegurar o bom funcionamento de uma cidade. A gestão deve responder às necessidades e demandas da população e dos vários agentes privados, públicos e comunitários, muitas vezes com interesses diametralmente opostos, da forma mais “harmoniosamente” possível.In. Duarte, Planejamento Urbano
O aspecto pragmático do planejamento urbano leva a considerar o momento de gestão (para manter o dinamismo da cidade) como predominante em relação ao momento de elaboração do plano. Na gestão urbana são fundamentais: as leis que regulamentam as diversas propostas dos planos diretores, a clareza do provimento de recursos necessários, o corpo técnico capacitado para implementar e gerenciar as propostas, os fóruns para o envolvimento da sociedade civil.
Inovações citadas por Duarte colocadas pelo Estatuto da Cidade: planos diretores municipais, co-responsabilidade dos municipios no processo de planejamento, princípios de boa governança _ new public manegement, assimilação de métodos da administração privada pelo setor público.  

Roberto Monte-Mór descreve o urbanismo racionalista que se difunde no Brasil nos anos 1950, e mundialmente através do organismo internacional de difusão da arquitetura moderna CIAM – Congresso Internacional de Arquitetura Moderna. Este urbanismo racionalista, predominantemente, se baseia na pré-concepção ideológico-formal (um modelo) do espaço segundo uma análise funcional do organismo “cidade” (como se fez no Plano Piloto de Brasília), formando o que Monte-Mór denominou “ilhas de racionalidade” (MONTE-MÓR, 2008).
A modelização espacial é uma práxis da disciplina de urbanismo, segundo Françoise Choay (1985). Esta tem origem em uma crítica a uma realidade no presente e a modelização espacial de uma realidade futura. Para Choay a regra e o modelo correspondem a duas atitudes fundamentalmente diferentes face ao mundo construtor e ao mundo edificado. As regras são enunciados prescritivos ou proscritivos (NESBITT, 2006), enquanto os modelos advém das utopias que tem um ponto de partida não prático contudo visam servir de instrumento efetivo a concepção de espaços reais.
Um enunciado prescritivo estabelece normas para as práticas, propõe padrões e inclusive pode propor metodologias de projeto; enquanto um enunciado proscritivo estabelece “o que deve ser evitado no projeto”. Os zoneamentos e planos diretores de cidades são exemplos de enunciados proscritivos, pois limitam as escolhas dos projetistas a modelos pré-estabelecidos de alinhamentos, de volumetrias, de taxas de ocupação dos lotes, até os materiais e os estilos de arquitetura (NESBITT, 2006).
Monte-Mór relata que sucede ao urbanismo racionalista o advento no planejamento centrado na idéia de resolução técnica dos problemas fisico-teritoriais dos problemas urbanos da aglomeração urbana, nos anos 1960. Época em que também ocorre a introdução da visão de planejamento integrado intersetorial (MONTE-MÓR, 2008). Este é executado por uma equipe de engenheiros, arquitetos, os sociólogos, e economistas para análise de suas áreas de especialidades.
Marcelo Lopes de Sousa afirma que o planejamento sistêmico, é instrumental e visa a adequação de meios e fins preestabelecidos (SOUSA, 2002). O planejamento integrado considera a realidade em sua complexidade e de forma sistêmica; estrutura-se verticalmente (entre setores governamentais) e horizontalmente (na abordagem dos problemas) de modo a obter unidade, coerência, aplicabilidade em termos da sincronização entre espaço e sociedade (FERRARI, 2004). Também pode ser chamado de planejamento sistêmico em contraposição ao planejamento racionalista, denominado de clássico (SOUSA, 2002). Em suma, o planejamento integrado requer a integração vertical e horizontal de organizações, políticas, planos e programas e ainda, cooperação e conhecimento da interdependência de todos os intervenientes no sistema (SILVA, 2001).

Referências:
DUARTE, Fábio. Planejamento Urbano.Curitiba: Ibepex, 2007
FERRARI, Celson. Dicionário de Urbanismo: Disal Editora, 2004
LAFFER , Betty M.. Planejamento no Brasil. São Paulo: ed. Perspectiva, 1975
MONTE-MOR, Roberto L. M.. Do urbanismo à política urbana: notas sobre a experiência brasileira. In COSTA, Geraldo M. & MENDONÇA, Jupira G. Planejamento urbano no Brasil, trajetória, avanços e perspectivas. Belo Horizonte: C/ARTE, 2008. PP. 31-65
NESBITT, Kate. Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica (1965-1995). São Paulo: Cosac & Naify, 2006
SILVA, Pedro. Nova Urbanística, Anacrónicas Práticas e Hipóteses de Planeamento Urbano: Aventuras de (Re)Interpretação. Lisboa: Associação Portuguesa de Planeadores do Território, 2001
SOUZA,Marcelo Lopes De. Mudar a Cidade. Bertrand Brasil, 2002