Mondrian. processo de abstração
Figuras de Renato de Fusco. Arte Contemporânea. Martins Fontes
- a linguagem neoplástica tem uma atitude analítica em relação à arte e dedica-se à reexaminá-la, a partir de Seurat e Cézane, na linha auto-reflexiva. Acredita numa lógica “evolutiva” das formas naturalísticas à abstração. Donde o termo abstrato significa: “invenção de um sistema de arte constituído por unidades de base constantes e por regras gramaticais e sintáticas precisas, que tornam possível o seu funcionamento em contextos diferentes”. A abstração do the Stijl tem esse significado essencial: “reduzir a variedade infinita do universo fenomênico a elementos limitados e constantes” e a regras combinatórias.
Concretismo, reavaliação da denominação da abstraçãopor volta de 1930, uma nova concepção da arte da formatividade. O produto da arte (abstrata) constitui um objeto concreto.
Abstração significado dicionário:
O termo abstrato vem de abstrair, que significa tirar, remover, trazer de dentro. Fazer uma abstração significa, assim, considerar um aspecto de alguma realidade desprezando outros, trazer à luz certas características de alguma coisa fazendo abstração das demais. Abstração - Operação pela qual o espírito separa mentalmente coisas de fato inseparáveis.
Abstrato - O que resulta de uma abstração. O contrário de concreto.
Textos, fichas de leitura, trabalhos de alunos da disciplina Teoria da arquitetura e do urbanismo, Departamento de Arquitetura e Urbanismo, UFES. Recorte histórico: do iluminismo ao segundo pós guerra
quinta-feira, 29 de julho de 2010
De Stijl (1917 e 1931) 3 Rietveld
terça-feira, 27 de julho de 2010
De Stijl (1917 e 1931)
De Stijl: Influências
Arquiteto holandês Petrus Berlage que relacionava as idéias de Gottifried Semper ao determinismo tecno-funcional e Viollet Le Duc.
Insistia em verdades elementares
• a primazia do espaço
• a importância das paredes enquanto criadoras de formas
• a necessidade de proporção sistemática (seguidores de Berlarge Guerrit Rietveld e Mies Van der Rohe)
Para o The Stijl o espaço é o interior do invólucro, não o espaço continuo. As paredes são portantes de carga e solidamente construídas com alvenaria, sem ornamento.
Também como Adolf Loos (“O ornamento é crime”) os arquitetos do The Stijl consideravam que na arquitetura decoração e ornamento não são essenciais. Para eles, o relacionamento entre massas são os verdadeiros processos essenciais, identificando-se com a “Verdade dos Materiais”.
A Questão do Estilo _ De Stijl
“Unidade na Pluralidade”
Para Berlage, a proporção era uma prevenção contra modas passageiras.
“A geometria é da maior utilidade e também da minha maior necessidade”
O objetivo dos sistemas proporcionais e de toda criação artística era criar o estilo fundamental, a qualidade estética. Estilo ajustava-se à noção de repouso.
Estilo é também ordem – em que as leis fixadas são efetivas - chega-se a questão de ordens e tipos - que vem de antigas tradições que reaparecem (arquétipos) e têm sua própria história. Nada, portanto, é puramente abstrato, tudo é governado pela circunstância e pelo relacionamento (Gottifried Semper).
“Simplicidade e repouso são as qualidades que medem o verdadeiro valor de qualquer obra de arte” (Frank Lloyd Wright).
Influência de Wright
A transformação da técnica industrial através da arte. A Morfologia assimétrica para vida doméstica, a ênfase na horizontalidade. O tratamento geométrico de planos e elementos construtivos. O espaço contínuo (planta livre).
Influência do Cubismo
Equilíbrio entre representação e abstração figurativa. A decomposição do objeto - deixando pistas para sua reconstrução; decomposição - seguindo princípios arbitrários.
Influência do Matemático M. H. Schoenmaekers
“A Nova Imagem do Mundo” (1915)
“Princípios de Matemática Plástica”( 1916).
Os princípios plásticos e filosóficos do movimento basearam-se no livro “A Nova Imagem do Mundo” (1915) de M. H. Schoenmaekers que se refere à preeminência cósmica da ortogonal.
Os dois eixos fundamentais completos que dão forma à Terra são a linha horizontal de energia, o curso da Terra em torno do Sol e o movimento vertical. (profundamente espacial).
De Stijl: Sobre as Cores Primárias
Amarelo, azul, vermelho são as únicas cores existentes para o The Stijl. Amarelo é o movimento do raio de sol; Azul é a cor contrastante do amarelo, como cor azul é o firmamento, a linha, a horizontalidade. O vermelho é conjugação entre amarelo e azul. Amarelo irradia, azul tema, o vermelho flutua.
Assim The Stilj nasceu da fusão de pensamentos afins. Matemática neoplatônica, do matemático Dr. Schoenmaekers e dos conceitos arquiteturais _ espaciais, construtivos e plásticos_ de Wright e Berlage.
De Stijl: Membros do Movimento
Piet Mondrian, Theo Van Doesburg (principal ativista e propagador, típico expoente da Vanguarda), J P Oud, Gerrit Rietveld (+ tarde), Piet Mondrian (artista pensador).
Objetos neoplásticos
Cadeira Rietveld 1917 – primeiro objeto em três dimensões reais com o uso de cores canônicas primárias.
Fase Holandesa do de Stil
1917-1920 - A Linha Reta - Confrontação entre natureza e abstração/ indivíduo/universal.
Programa do The Stil
1. A despersonalização da arte
Caráter individual do edifício para dirigir a uma arte de grupo. Com inter-relacionamentos rítmicos entre ate mesmo as menores partes estruturais, e sem adição de decoração. The Stijl era anti-determinista, anti-materialista.
2. Desequilíbrio presente na arte pelo contraste entre o individual e o universal que é definido como trágico.(a angústia)
3. Morte da arte
A arte porque abstrata pode preceder o desaparecimento gradual do trágico. Quanto menor mais pureza adquire arte.
4. Unificação entre arte, arquitetura (pintura e escultura) criar uma nova realidade plástica.
5. Linguagem é enfaticamente cartesiana, racionalista e formalista.
Manifesto/ Fase internacional do De Stijl
Implantação ao lado da Bauhaus The Van Doesburg/ Gerrit Rietvelt/ Cor Van Esteren/ El Lissistsky/ Grupo G – Mies Van Der Rohe, caracteriza-se pelo elementarismo. Subordinação da arte as exigências de sua reprodução técnica – Mies Van Der Rohe.
Referências principais:
STANGOS, Nikos.(Org.). Conceitos de arte moderna. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1999.
FRAMPTON, , Kenneth. História Crítica da Arquitetura Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
DE FUSCO, Renato. História da Arte Contemporânea. Lisboa: Presença, 1988.
Arquiteto holandês Petrus Berlage que relacionava as idéias de Gottifried Semper ao determinismo tecno-funcional e Viollet Le Duc.
Insistia em verdades elementares
• a primazia do espaço
• a importância das paredes enquanto criadoras de formas
• a necessidade de proporção sistemática (seguidores de Berlarge Guerrit Rietveld e Mies Van der Rohe)
Para o The Stijl o espaço é o interior do invólucro, não o espaço continuo. As paredes são portantes de carga e solidamente construídas com alvenaria, sem ornamento.
Também como Adolf Loos (“O ornamento é crime”) os arquitetos do The Stijl consideravam que na arquitetura decoração e ornamento não são essenciais. Para eles, o relacionamento entre massas são os verdadeiros processos essenciais, identificando-se com a “Verdade dos Materiais”.
A Questão do Estilo _ De Stijl
“Unidade na Pluralidade”
Para Berlage, a proporção era uma prevenção contra modas passageiras.
“A geometria é da maior utilidade e também da minha maior necessidade”
O objetivo dos sistemas proporcionais e de toda criação artística era criar o estilo fundamental, a qualidade estética. Estilo ajustava-se à noção de repouso.
Estilo é também ordem – em que as leis fixadas são efetivas - chega-se a questão de ordens e tipos - que vem de antigas tradições que reaparecem (arquétipos) e têm sua própria história. Nada, portanto, é puramente abstrato, tudo é governado pela circunstância e pelo relacionamento (Gottifried Semper).
“Simplicidade e repouso são as qualidades que medem o verdadeiro valor de qualquer obra de arte” (Frank Lloyd Wright).
Influência de Wright
A transformação da técnica industrial através da arte. A Morfologia assimétrica para vida doméstica, a ênfase na horizontalidade. O tratamento geométrico de planos e elementos construtivos. O espaço contínuo (planta livre).
Influência do Cubismo
Equilíbrio entre representação e abstração figurativa. A decomposição do objeto - deixando pistas para sua reconstrução; decomposição - seguindo princípios arbitrários.
Influência do Matemático M. H. Schoenmaekers
“A Nova Imagem do Mundo” (1915)
“Princípios de Matemática Plástica”( 1916).
Os princípios plásticos e filosóficos do movimento basearam-se no livro “A Nova Imagem do Mundo” (1915) de M. H. Schoenmaekers que se refere à preeminência cósmica da ortogonal.
Os dois eixos fundamentais completos que dão forma à Terra são a linha horizontal de energia, o curso da Terra em torno do Sol e o movimento vertical. (profundamente espacial).
De Stijl: Sobre as Cores Primárias
Amarelo, azul, vermelho são as únicas cores existentes para o The Stijl. Amarelo é o movimento do raio de sol; Azul é a cor contrastante do amarelo, como cor azul é o firmamento, a linha, a horizontalidade. O vermelho é conjugação entre amarelo e azul. Amarelo irradia, azul tema, o vermelho flutua.
Assim The Stilj nasceu da fusão de pensamentos afins. Matemática neoplatônica, do matemático Dr. Schoenmaekers e dos conceitos arquiteturais _ espaciais, construtivos e plásticos_ de Wright e Berlage.
De Stijl: Membros do Movimento
Piet Mondrian, Theo Van Doesburg (principal ativista e propagador, típico expoente da Vanguarda), J P Oud, Gerrit Rietveld (+ tarde), Piet Mondrian (artista pensador).
Objetos neoplásticos
Cadeira Rietveld 1917 – primeiro objeto em três dimensões reais com o uso de cores canônicas primárias.
Fase Holandesa do de Stil
1917-1920 - A Linha Reta - Confrontação entre natureza e abstração/ indivíduo/universal.
Programa do The Stil
1. A despersonalização da arte
Caráter individual do edifício para dirigir a uma arte de grupo. Com inter-relacionamentos rítmicos entre ate mesmo as menores partes estruturais, e sem adição de decoração. The Stijl era anti-determinista, anti-materialista.
2. Desequilíbrio presente na arte pelo contraste entre o individual e o universal que é definido como trágico.(a angústia)
3. Morte da arte
A arte porque abstrata pode preceder o desaparecimento gradual do trágico. Quanto menor mais pureza adquire arte.
4. Unificação entre arte, arquitetura (pintura e escultura) criar uma nova realidade plástica.
5. Linguagem é enfaticamente cartesiana, racionalista e formalista.
Manifesto/ Fase internacional do De Stijl
Implantação ao lado da Bauhaus The Van Doesburg/ Gerrit Rietvelt/ Cor Van Esteren/ El Lissistsky/ Grupo G – Mies Van Der Rohe, caracteriza-se pelo elementarismo. Subordinação da arte as exigências de sua reprodução técnica – Mies Van Der Rohe.
Referências principais:
STANGOS, Nikos.(Org.). Conceitos de arte moderna. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1999.
FRAMPTON, , Kenneth. História Crítica da Arquitetura Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
DE FUSCO, Renato. História da Arte Contemporânea. Lisboa: Presença, 1988.
sábado, 3 de julho de 2010
Definições de plano urbanístico
Planos urbanísticos- Conjunto de documentos resultantes do processo de planejamento, expresso em metas e objetivos para curto e médio prazos, preferencialmente, elaborada de forma participativa com população a que servirá e com a devida aprovação das autoridades competentes (FERRARI, 2004)
O plano geralmente tem caráter provisório, por isso, é submetido a constantes revisões e atualizações (PORTAS, 1993). O plano deve (a priori) ser sempre de natureza integrada (ver planejamento integrado). Conforme área de jurisdição o plano pode ser municipal, regional, macroregional, estadual, ainda nacional. De acordo com sua abrangência de seus objetivos ou sua temática pode ser básico, que é sempre geral, ou pode ser setorial. O plano de mobilidade urbana ou um plano de renovação ou de desenvolvimento de uma área deteriorada é um plano setorial (FERRARI, 2004).
O planejamento físico-territorial é uma modalidade de planejamento setorial, que visa ao ordenamento espacial da área sob planejamento ou mais especificamente a regulamentação dos usos e da ocupação do solo e ao traçado das vias. De acordo com Celson Ferrari o planejamento no Brasil ainda é “predominantemente fisico-territorial.” (FERRARI, 2004). Mas não se pode concordar com isso sem verificar cuidadosamente essa sentença.
Um Plano diretor é um instrumento de planejamento urbano que coloca diretrizes de ordenamento físico-territorial, clivagem de usos do solo e entre espaços públicos e privados, bem como preconiza o equilíbrio ambiental e social dos espaços a que se aplicam e o bem-estar de seus usuários (DUARTE, 2007). Em termos de escala e abrangência geralmente abrange o município.
O planejamento integrado método de aplicação contínua e permanente destinado a resolver de maneira racional a problemática que afeta determinada sociedade, considerando espaço e tempo. Esta modalidade de plano atua basicamente por uma previsão ordenada das mudanças desejadas pela sociedade, em que se consideram aspectos físico-territoriais, sociais, econômicos, administrativos da realidade. Esta vincula as mudanças pretendidas a objetivos e a diretrizes de planos dos demais escalões governamentais. O planejamento integrado considera a realidade em sua complexidade e de forma sistêmica; estrutura-se verticalmente (entre setores governamentais) e horizontalmente (na abordagem dos problemas) de modo a obter unidade, coerência, aplicabilidade em termos da sincronização entre espaço e sociedade. (FERRARI, 2004).
Em suma, o planejamento integrado requer a integração vertical e horizontal de organizações, políticas, planos e programas e ainda, cooperação e conhecimento da interdependência de todos os intervenientes no sistema (SILVA, 2001).
Roberto Monte-Mór descreve o urbanismo racionalista que se difunde no Brasil nos anos 1950, e mundialmente através do organismo internacional de difusão da arquitetura moderna CIAM – Congresso Internacional de Arquitetura Moderna. Este urbanismo racionalista, predominantemente, se baseia na pré-concepção ideológico-formal (um modelo) do espaço segundo uma análise funcional do organismo “cidade” (como se fez no Plano Piloto de Brasília), formando o que Monte-Mór denominou “ilhas de racionalidade” (MONTE-MÓR, 2008).
A modelização espacial é uma práxis da disciplina de urbanismo, segundo Françoise Choay (1985). Esta tem origem em uma crítica a uma realidade no presente e a modelização espacial de uma realidade futura. Para Choay a regra e o modelo correspondem a duas atitudes fundamentalmente diferentes face ao mundo construtor e ao mundo edificado. As regras são enunciados prescritivos ou proscritivos (NESBITT, 2006), enquanto os modelos advém das utopias que tem um ponto de partida não prático contudo visam servir de instrumento efetivo a concepção de espaços reais.
Um enunciado prescritivo estabelece normas para as práticas, propõe padrões e inclusive pode propor metodologias de projeto; enquanto um enunciado proscritivo estabelece “o que deve ser evitado no projeto”. Os zoneamentos e planos diretores de cidades são exemplos de enunciados proscritivos, pois limitam as escolhas dos projetistas a modelos pré-estabelecidos de alinhamentos, de volumetrias, de taxas de ocupação dos lotes, até os materiais e os estilos de arquitetura (NESBITT, 2006).
Monte-Mór relata que sucede ao urbanismo racionalista o advento no planejamento centrado na idéia de resolução técnica dos problemas fisico-teritoriais dos problemas urbanos da aglomeração urbana, nos anos 1960. Época em que também ocorre a introdução da visão de planejamento integrado intersetorial (MONTE-MÓR, 2008). Este é executado por uma equipe de engenheiros, arquitetos, os sociólogos, e economistas para análise de suas áreas de especialidades.
Marcelo Lopes de Sousa afirma que o planejamento sistêmico, é instrumental e visa a adequação de meios e fins preestabelecidos (SOUSA, 2002). O planejamento integrado considera a realidade em sua complexidade e de forma sistêmica; estrutura-se verticalmente (entre setores governamentais) e horizontalmente (na abordagem dos problemas) de modo a obter unidade, coerência, aplicabilidade em termos da sincronização entre espaço e sociedade (FERRARI, 2004). Também pode ser chamado de planejamento sistêmico em contraposição ao planejamento racionalista, denominado de clássico (SOUSA, 2002). Em suma, o planejamento integrado requer a integração vertical e horizontal de organizações, políticas, planos e programas e ainda, cooperação e conhecimento da interdependência de todos os intervenientes no sistema (SILVA, 2001).
Referências:
DUARTE, Fábio. Planejamento Urbano.Curitiba: Ibepex, 2007
FERRARI, Celson. Dicionário de Urbanismo: Disal Editora, 2004
LAFFER , Betty M.. Planejamento no Brasil. São Paulo: ed. Perspectiva, 1975
MONTE-MOR, Roberto L. M.. Do urbanismo à política urbana: notas sobre a experiência brasileira. In COSTA, Geraldo M. & MENDONÇA, Jupira G. Planejamento urbano no Brasil, trajetória, avanços e perspectivas. Belo Horizonte: C/ARTE, 2008. PP. 31-65
NESBITT, Kate. Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica (1965-1995). São Paulo: Cosac & Naify, 2006
SILVA, Pedro. Nova Urbanística, Anacrónicas Práticas e Hipóteses de Planeamento Urbano: Aventuras de (Re)Interpretação. Lisboa: Associação Portuguesa de Planeadores do Território, 2001
SOUZA,Marcelo Lopes De. Mudar a Cidade. Bertrand Brasil, 2002
O plano geralmente tem caráter provisório, por isso, é submetido a constantes revisões e atualizações (PORTAS, 1993). O plano deve (a priori) ser sempre de natureza integrada (ver planejamento integrado). Conforme área de jurisdição o plano pode ser municipal, regional, macroregional, estadual, ainda nacional. De acordo com sua abrangência de seus objetivos ou sua temática pode ser básico, que é sempre geral, ou pode ser setorial. O plano de mobilidade urbana ou um plano de renovação ou de desenvolvimento de uma área deteriorada é um plano setorial (FERRARI, 2004).
O planejamento físico-territorial é uma modalidade de planejamento setorial, que visa ao ordenamento espacial da área sob planejamento ou mais especificamente a regulamentação dos usos e da ocupação do solo e ao traçado das vias. De acordo com Celson Ferrari o planejamento no Brasil ainda é “predominantemente fisico-territorial.” (FERRARI, 2004). Mas não se pode concordar com isso sem verificar cuidadosamente essa sentença.
Um Plano diretor é um instrumento de planejamento urbano que coloca diretrizes de ordenamento físico-territorial, clivagem de usos do solo e entre espaços públicos e privados, bem como preconiza o equilíbrio ambiental e social dos espaços a que se aplicam e o bem-estar de seus usuários (DUARTE, 2007). Em termos de escala e abrangência geralmente abrange o município.
O planejamento integrado método de aplicação contínua e permanente destinado a resolver de maneira racional a problemática que afeta determinada sociedade, considerando espaço e tempo. Esta modalidade de plano atua basicamente por uma previsão ordenada das mudanças desejadas pela sociedade, em que se consideram aspectos físico-territoriais, sociais, econômicos, administrativos da realidade. Esta vincula as mudanças pretendidas a objetivos e a diretrizes de planos dos demais escalões governamentais. O planejamento integrado considera a realidade em sua complexidade e de forma sistêmica; estrutura-se verticalmente (entre setores governamentais) e horizontalmente (na abordagem dos problemas) de modo a obter unidade, coerência, aplicabilidade em termos da sincronização entre espaço e sociedade. (FERRARI, 2004).
Em suma, o planejamento integrado requer a integração vertical e horizontal de organizações, políticas, planos e programas e ainda, cooperação e conhecimento da interdependência de todos os intervenientes no sistema (SILVA, 2001).
Estudiosos sobre gestão urbana Acioly e Davidson a definem como um conjunto de instrumentos, atividades, tarefas e funções que visam assegurar o bom funcionamento de uma cidade. A gestão deve responder às necessidades e demandas da população e dos vários agentes privados, públicos e comunitários, muitas vezes com interesses diametralmente opostos, da forma mais “harmoniosamente” possível.In. Duarte, Planejamento Urbano
O aspecto pragmático do planejamento urbano leva a considerar o momento de gestão (para manter o dinamismo da cidade) como predominante em relação ao momento de elaboração do plano. Na gestão urbana são fundamentais: as leis que regulamentam as diversas propostas dos planos diretores, a clareza do provimento de recursos necessários, o corpo técnico capacitado para implementar e gerenciar as propostas, os fóruns para o envolvimento da sociedade civil.
Inovações citadas por Duarte colocadas pelo Estatuto da Cidade: planos diretores municipais, co-responsabilidade dos municipios no processo de planejamento, princípios de boa governança _ new public manegement, assimilação de métodos da administração privada pelo setor público.
Roberto Monte-Mór descreve o urbanismo racionalista que se difunde no Brasil nos anos 1950, e mundialmente através do organismo internacional de difusão da arquitetura moderna CIAM – Congresso Internacional de Arquitetura Moderna. Este urbanismo racionalista, predominantemente, se baseia na pré-concepção ideológico-formal (um modelo) do espaço segundo uma análise funcional do organismo “cidade” (como se fez no Plano Piloto de Brasília), formando o que Monte-Mór denominou “ilhas de racionalidade” (MONTE-MÓR, 2008).
A modelização espacial é uma práxis da disciplina de urbanismo, segundo Françoise Choay (1985). Esta tem origem em uma crítica a uma realidade no presente e a modelização espacial de uma realidade futura. Para Choay a regra e o modelo correspondem a duas atitudes fundamentalmente diferentes face ao mundo construtor e ao mundo edificado. As regras são enunciados prescritivos ou proscritivos (NESBITT, 2006), enquanto os modelos advém das utopias que tem um ponto de partida não prático contudo visam servir de instrumento efetivo a concepção de espaços reais.
Um enunciado prescritivo estabelece normas para as práticas, propõe padrões e inclusive pode propor metodologias de projeto; enquanto um enunciado proscritivo estabelece “o que deve ser evitado no projeto”. Os zoneamentos e planos diretores de cidades são exemplos de enunciados proscritivos, pois limitam as escolhas dos projetistas a modelos pré-estabelecidos de alinhamentos, de volumetrias, de taxas de ocupação dos lotes, até os materiais e os estilos de arquitetura (NESBITT, 2006).
Monte-Mór relata que sucede ao urbanismo racionalista o advento no planejamento centrado na idéia de resolução técnica dos problemas fisico-teritoriais dos problemas urbanos da aglomeração urbana, nos anos 1960. Época em que também ocorre a introdução da visão de planejamento integrado intersetorial (MONTE-MÓR, 2008). Este é executado por uma equipe de engenheiros, arquitetos, os sociólogos, e economistas para análise de suas áreas de especialidades.
Marcelo Lopes de Sousa afirma que o planejamento sistêmico, é instrumental e visa a adequação de meios e fins preestabelecidos (SOUSA, 2002). O planejamento integrado considera a realidade em sua complexidade e de forma sistêmica; estrutura-se verticalmente (entre setores governamentais) e horizontalmente (na abordagem dos problemas) de modo a obter unidade, coerência, aplicabilidade em termos da sincronização entre espaço e sociedade (FERRARI, 2004). Também pode ser chamado de planejamento sistêmico em contraposição ao planejamento racionalista, denominado de clássico (SOUSA, 2002). Em suma, o planejamento integrado requer a integração vertical e horizontal de organizações, políticas, planos e programas e ainda, cooperação e conhecimento da interdependência de todos os intervenientes no sistema (SILVA, 2001).
Referências:
DUARTE, Fábio. Planejamento Urbano.Curitiba: Ibepex, 2007
FERRARI, Celson. Dicionário de Urbanismo: Disal Editora, 2004
LAFFER , Betty M.. Planejamento no Brasil. São Paulo: ed. Perspectiva, 1975
MONTE-MOR, Roberto L. M.. Do urbanismo à política urbana: notas sobre a experiência brasileira. In COSTA, Geraldo M. & MENDONÇA, Jupira G. Planejamento urbano no Brasil, trajetória, avanços e perspectivas. Belo Horizonte: C/ARTE, 2008. PP. 31-65
NESBITT, Kate. Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica (1965-1995). São Paulo: Cosac & Naify, 2006
SILVA, Pedro. Nova Urbanística, Anacrónicas Práticas e Hipóteses de Planeamento Urbano: Aventuras de (Re)Interpretação. Lisboa: Associação Portuguesa de Planeadores do Território, 2001
SOUZA,Marcelo Lopes De. Mudar a Cidade. Bertrand Brasil, 2002
Assinar:
Postagens (Atom)